Fagundes se lança como "candidato genuíno" de direita ao governo e associa Pivetta à esquerda

Senador associa adversário ao grupo Maggi e busca apoio integral do bolsonarismo

Por: Tangará Mil Graus 2K
 Fagundes se lança como "candidato genuíno" de direita ao governo e associa Pivetta à esquerda

O senador Wellington Fagundes (PL) confirmou publicamente sua pré-candidatura ao governo de Mato Grosso para as eleições de 2026, se posicionando como o "único candidato genuinamente de direita" no Estado.

Em entrevista  nesta sexta-feira (08.08), após visita à Câmara de Várzea Grande, o parlamentar direcionou críticas ao vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) — também cotado para a disputa — e questionou seu alinhamento político.

"Genuinamente de direita é o PL. Não há dúvida disso hoje no Brasil. O PL se tornou o maior partido do país com a vinda do presidente Bolsonaro, que é o nosso maior líder e define a linha política do partido", declarou Fagundes.

O senador associou Pivetta ao grupo político do ex-governador Blairo Maggi e do empresário Eraí Maggi, que, segundo ele, estariam próximos do PT, o que afastaria o vice-governador do campo conservador.

Sobre a disputa eleitoral, Fagundes adotou tom conciliador: "É importante ter muitos candidatos, isso facilita o debate. Todo candidato quer ganhar no primeiro turno, mas é saudável que haja embate de ideias".

Questionado sobre a simpatia e a aproximação dos prefeitos de Cuiabá, Abilio Brunini e de Várzea Grande, Flávia Moretti, ao vice-governador Otaviano Pivetta, o pré-candidato evitou criticar diretamente os gestores, ambos do PL.

"O prefeito foi eleito para cuidar do município. Quando recebe uma autoridade e a elogia, isso não significa ser contra o próprio partido. O que vi foi ela [Flávia] reafirmar apoio ao PL, reconhecendo quem possa ajudar a cidade. Agora, no partido, eles têm que respeitar as diretrizes", ponderou.

Reforçando o alinhamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Fagundes explicou a divisão de responsabilidades no PL: enquanto Bolsonaro foca nas candidaturas ao Senado, as decisões sobre governos estaduais, Câmara e Assembleias Legislativas cabem ao presidente nacional Valdemar Costa Neto.

Diálogo com o MDB

O senador confirmou conversas com a deputada estadual Janaina Riva (MDB), bem-posicionada em pesquisas para o governo, embora ela tenha manifestado interesse em disputar o Senado.
"Estamos conversando. Hoje mesmo há um encontro estadual do MDB e vamos discutir tratativas possíveis para uma coligação. É preciso calma e paciência", afirmou.

Família Campos e impeachment de Moraes

Sobre declarações do deputado Júlio Campos quanto a articulações da família Campos com o senador Carlos Fávaro (PSD) para 2026, Fagundes adotou tom respeitoso e evitou polêmicas.
"Olha, eu respeito os Campos e não vou comentar. Comecei minha vida política, primeiro mandato, junto com eles", declarou o senador.

O parlamentar comemorou ainda a assinatura do senador Jayme Campos (União) no pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, destacando que os três senadores de Mato Grosso apoiaram a medida.

Com o anúncio oficial da pré-candidatura, Wellington Fagundes busca consolidar o apoio bolsonarista em Mato Grosso, estratégia que inclui diferenciar-se de Pivetta e associá-lo ao campo político da esquerda.